Era uma festa normal. Com risos
fáceis e nem sempre honestos; porres chatos se achando muito simpáticos; pessoas
falsas, porém amáveis e olhares de todo tipo, alguns curiosos, outros
ligeiramente pidões e um ou outro explicitamente tarado. O Canalha estava
cercado por rapazes e moças. Gente charmosa. Gente formada. Gente bonita. Bando
de gene chata, na verdade, que parecia ter saído da mesma forma, daquelas que
ainda se escreve com circunflexo. Não que o nosso anti-herói não tenha tesão
por mulher bonita, é que ele tinha enorme dificuldade para se relacionar com
gente que não era muita coisa além disso.
Eis que ela chegou. Não era feia, mas
era uma de beleza difícil, que não pairava na superfície, e sim nas profundezas
de tudo aquilo a transbordar dela naturalmente. Ficava a maior parte do tempo
escondendo o sorriso, de repente porque tinha um dos dentes um tanto envergado
para trás. Tinha os ombros meio fechados, de quem aparentemente passou parte da
vida querendo esconder os seios fartos que ela cobria bem demais, pro gosto do
Canalha, com uma blusa sem qualquer decote; mas mesmo assim era volume demais
para passar despercebido. Ela devia ser afim de um dos caras ali, o mesmo que
fez uma enorme careta para o lado quando a percebeu vindo em direção ao grupo.
Aparentemente ele a convidou por convidar, como convidara um monte de gente do
trabalho dele. E ela, como meio que estava sem programa e sem vontade de ficar
em casa mesmo, foi.
De repente ela começou a discordar
deles, falar sobre outras bandas menos modinhas e comentar sobre a profundidade
de terminologias e a relação disso com as ideologias. No início, todos meio que
tentaram embarcar na onda, até que ela sobrou nos argumentos, e aí ninguém mais
quis mentir pra si mesmo que queria sair da comodidade da superfície e cansaram
de tentar ser simpáticos com a “esquisitinha” e foram saindo um por um.
Antes que a moça terminasse sozinha
na mesa, ela ouviu um determinado “discordo” do Canalha. A partir daí, ela
argumentava, e ele contra-argumentava. Ela citava uma fonte, ele associava com
uma letra de música argentina, angolana ou algo assim. Ela se surpreendia com o
conhecimento dele, ele ficava cada vez mais excitado com a inteligência rebelde
dela. Quando a conversa engrenou, a cada fala que ela fazia ele se perguntava
se ela não faria finalmente a pergunta-chave. Conversaram mais. Muito mais. A
essa altura já estavam a sós na mesa enquanto os outros dançavam ou interagiam
com outras turmas. E a pergunta não vinha. Ele não poderia fazer indireta nem
fazer a pergunta primeiro. Tinha que partir dela.
Enquanto a pergunta não vinha, o
tesão dele só aumentava. “Será que ela não está mesmo se interessando? Será que
ela está mesmo apaixonada por aquele cara?”, eram alguns dos questionamentos
que invadiam a mente já alcoolizada do Canalha. A pergunta que ele tanto
esperava era simples: “Você tem namorada?”. Quando essa pergunta surge em meio
a uma conversa interessante entre pessoas que estão se conhecendo, sobretudo
quando há charme despejado de alguma parte, quase sempre significa que algum
interesse já surge da outra parte.
Mas a pergunta não vinha. Até que o
Canalha parou de achar que ela viria, porque a conversa fluía muito bem. Então
ela elogiou um verso que ele recitou. “De quem é esse poema?”, perguntou a
moça. “Ah, é só uma bobagem que eu escrevi um dia desses”, respondeu, sem falsa
modéstia. “Gostei muito”, disse ela, invadindo os olhos dele com os dela. Ele
soltou um sorriso tímido, desviou o olhar, demonstrando certa fragilidade.
“Você tem namorada?”, perguntou ela, inclinando a cabeça pra ver se recuperava
aquele olhar que a pouco dominara.
Ele retribuiu o olhar. Não respondeu
nada. Chamou-a para mais perto de si, a abraçou forte, deslizou as mãos sobre
as costas dela, colocou os braços dela em volta do pescoço dele, e passeou mais
com as mãos, chegando ora perto dos seios e ora perto do bumbum. “Não vai
responder?”, perguntou de novo. Ele a puxou mais contra ele e pediu ao ouvido
dela para ela repetir a pergunta. Ela repetiu. Ele começou a beijar o rosto
dela, encostou os lábios carnudos dele o máximo que pode na bochecha macia dela
e vagarosamente foi beijando até a boca. Ela comentou que ele tinha jeito
estranho de responder as perguntas. Os dois riram. “Estou tão afim de você, que
mesmo que eu fosse o Papa eu diria que estou livre, por isso minha resposta é o
que menos importa nesse instante”, provocou. Ela tentou dizer que não ficava
com homem comprometido, mas antes que ela começasse a língua dela estava o
máximo possível dentro da boca dele, sugada, lambida... gostosamente chupada.
Ela demorou alguns segundos para
perceber que estava andando para trás enquanto era beijada de forma alucinada. Aí
percebeu que estava sendo levada ao banheiro. Tentou dizer que estava tudo indo
rápido demais, mas já tinha percebido que era tarde pra isso, porque ela já
estava ajudando ele a desabotoar a calça enquanto ele tirava o cinto. Ela
queria muito fazer sexo oral nele, mas a vontade dele de descortinar aquele
espetáculo no tórax dela era mais desesperado. Ela normalmente gostava de ser
beijada ali com carinho, porque doía gestos mais vorazes do parceiro naquela
região. Pensava nisso enquanto ele a chupava com força, mordia e apertava bem o
outro seio. Ainda doía, mas era muito gostoso ao mesmo tempo. “Acha mesmo que
vai me convencer a fazer isso?”, questionou a moça. “Quer argumento melhor do
que esse?”, provocou o Canalha, enquanto o dedo dele a invadia vagarosamente. “Posso
ao menos dizer pra você continuar, só pra não ficar por baixo?”, perguntou ela,
meio rindo, meio gemendo. Depois disso, ouvia-se apenas alguns grunhidos e
gemidos abafados vindo de algum lugar entre uma privada tampada e uma porta
trancada de um toalete movimentado.
3 comentários:
Olá Eraldo,
Obrigada por sua visita...
Confesso que ando totalmente sem tempo, a maternidade me consome..
Mas aos poucos vou voltando ao normal, principalmente quando ele dorme, como agora..
Obrigada por suas belas palavras..
Bjos
Silvia
pura sensualidade ... libido em alta ... gosto deste seu estilo ... como sempre ...
tesou! confesso!!!
os dispostos se atraem...
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