Ele foi ver o amigo baterista se apresentar num barzinho desses da vida. A banda era muito interessante, como não é difícil encontrar por aí. Tem muita gente ótima que jamais consegue um lugar de destaque no mundo artístico. Mas não, ele não vai fazer uma aventura musical neste post, e sim, tem uma cantora gostosa na banda do amigo baterista, e sim de novo, foi por isso, realmente, que ele foi ao barzinho.
O amigo do Canalha falava muito dele, por isso quando foram apresentados, ela foi logo perguntando se ele era o amigo safado. Como ela perguntou com um sorriso no rosto, ele aproveitou a deixa pra não se conter. Depois de conhecê-la e de dizer oi, tudo o mais que falou foram elogios e provocações. Ele dizia, por exemplo, que achava que se ela gemesse como ela canta, não haveria homem que resistisse, etc, etc. Isso depois de menos de cinco minutos de papo. E assim ele fez por mais 6 semanas seguidas. E toda vez, a partir do primeiro dia, ele dizia que no próximo show ele iria ao pequeno camarim do barzinho transar com ela antes do show, porque aí sim ela entraria aquecida. Ela sempre ria. Ele nunca ia. Ela sempre dizia que ele não teria coragem. Ele sempre ria.
Depois de dois meses seguidos (três vezes por semana), ela já ia pra lá esperando encontrá-lo. Já sentia saudades dele. Mas obviamente não admitia. Ela prometeu a si mesma que não ia ser mais uma vítima dele. Então, súbito, o Canalha parou de ir. Simplesmente sumiu. Durante os dois primeiros shows com a ausência dele, ela cogitou perguntar ao baterista por ele, mas não queria demonstrar qualquer saudade. Mas o amigo (conforme previamente combinado) sempre falava dele Na verdade, o Canalha ia aos shows, mas não entrava, ficava esperando ela ligar antes da apresentação. Ela até ligou umas três vezes, mas sempre de dia ou depois das apresentações. E o Canalha não atendia. Até que um dia, ela ligou antes de subir ao palco (BINGO!). Depois do segundo toque, ele bateu à porta do mini-camarim. Ela foi atender com o telefone ao ouvido. Era ele.
Ele a pegou pelo braço antes que fingisse não querer, e fez exatamente como descreveu a ela em tantas conversas. Não trancou a porta (pra aumentar a emoção), e a encostou com força na parede. O corpo dele parecia querer afundá-la na parede. O fez com tanta força, que num momento se afastou um pouco preocupado em não machucá-la, mas ela logo tratou de demonstrar que aquilo não era suficiente para machucá-la. Ele Abriu o feiche da calça e começou a roçá-la sobre a saia e a calcinha. Ela tentou fugir de lá umas duas vezes, mas quando ele levantou a saia e arredou a calcinha, só restou a ela gemer e curtir aquele momento que nem ela sabia que queria tanto. Alguns gemidos dela foram audíveis aos amigos (e cúmplices) dela mesmo em meio ao estrondoso som ambiente, mas nenhum deles comentou com ela (naquele dia).
Quando acabou, ela perguntou a ele por que ele fez aquilo com ela. "Porque você queria, flor", respondeu ele. Ela se ajeitou e foi cantar. Depois do show eles foram a um motel, mas não teve a mesma graça, por isso eles saíram do motel e fizeram na rua mesmo. "Uma relação que nasce torta nunca se endireita", analisava o Canalha. "O lado ruim dos desejos probidos é que as vezes eles se realizam", retrucou ela.