Certa vez, por completa ausência de coisa melhor pra fazer, o caçador acabou transando com uma dessas mulheres sexualmente descoladas, do tipo que dá quando e pra quem quiser sem se importar com qualquer crítica ou avaliação machistas. No meio da transa, que já durava mais de duas horas, ele percebeu que a respiração dela, assim como o gemido indiscreto não oscilavam. "Essa porra ainda não gozou?". Até que ele não aguentou mais e perguntou se ela ia ficar lá a noite toda e não ia gozar. Para o espanto dele, ela revelou nunca ter gozado na vida. "Nem com teu namorado que te come há 3 anos?", perguntou ele. Ela balançou a cabeça negativamente. Nesse momento, se o pênis dele gemesse quando broxasse, provavelmente dessa vez ele gritaria. "Lembrei que tenho que ir lá no trampo urgentemente", disfarçou ele, e saiu correndo dali.
"Como pode uma mulher, que não é reprimida, que é jovem, que transa tão bem assim ainda não ter gozado?", divagava ele quase toda hora a partir daquele dia. Então decidiu: ela gozaria no pau dele.
Ele passou a encontrá-la quase diariamente. E ele tentava de tudo. Sexo anal, a mão, a boca, os tapas, os cintos, o gelo, o iogurte, a banana quente (ele sempre agradecia ao Cidade de Deus pela ideia), a ajuda de um outro amigo, a ajuda de uma outra amiga, quase todas as posições do camassutra, transar em locais públicos, transar com uma galera, etc. E além de nenhuma funcionar, quando ele mostrava a "ação do dia" ela sempre comentava algo do tipo "eu sempre amei fazer isso".E como nenhuma doidice certo, ele resolveu fazer alguma coisa mais normal.
Na manhã de domingo, chegaram flores a ela junto com um lindo café da manhã. Ele sabia que ela não era chegada a flores mas adorava comer. Por isso mandar flores com o café garantiriam que ela preferisse comer a quebrar galhos de flores. A tarde, ele telefona e a convida pra sair. Ela quer saber em qual motel é e ele só pede para ela vestir algo fino. Ele a apanha na porta da casa, e ela entra num local aberto, cheio de gente, e fica a imaginar qual tipo de presepada erótica ele estaria inventando. Pra surpresa dela, eles sentaram numa mesa perto de um palco intimista e ouviram boa música a noite toda. Antes da última música, o Canalha foi até o palco e declarou-se apaixonado por ela. Ela levou na brincadeira, e não acreditou até ele lagrimar.
Aquilo ficou martelando na cabeça dela. "Esse filho da puta pensa que eu sou otária! Vê se pode um negócio desses. Que absurdo!". Ela não consegue dormir por dois dias, até ir ao encontro dele. Durante a conversa, ele não dizia nada. Até ela explodir. "Fala alguma coisa, caralho!", esbravejou ela batendo nele. Ele parou, a encarou e pediu um abraço. Ela, completamente desnorteada, o abraçou. Ao ouvido dela, ele começou a sussurrar declarações. "Não é só porque você é moderna que não possa amar como antigamente". Ela o sentiu duro, mas as mãos deles foram suaves. Transaram, mas dessa vez foi diferente. Ele não a tratou de maneira estranha. Depois de terminarem ficaram conversando um papo adorável enquanto ela ganhava colo. Na segunda, ele percebeu que o olhar dela estava diferente. Ponto pra ele. Depois, antes de a penetrar, ele olhou bem nos olhos dela e disse que jamais se sentiu tão bem com alguém como ali.
Ela estava acostumada a ouvir isso dos romantiquinhos comumente apaixonados por ela. Mas de alguém como o canalha, havia uma veracidade irresistível. Aquele corpo, aquele rebolado em cima dela, aquele olhar profundo e ardente, tudo fez com que ela fosse subindo pra um lugar que ela nunca chegou. Ele ficou embaixo. Ela começou a se mexer. Mexia estranhamente sobre ele, procurando apenas pressionar o clitóris. "Me bate um pouco, vai", pediu. Ele começou a ficar nervoso, com medo de fazer alguma coisa errada. Mas resolveu simplesmente continuar. "Eu te amo! Eu te amo", falava enquanto ela fazia uma expressão facial diferente.
A respiração aumentou. O gemido era diferente. A diferença? Só o Canalha pode explicar. Ela gozou. Várias vezes naquela noite, inclusive. O Canalha, que pela primeira vez teve de cuidar de alguém de verdade, chegou a achar que poderia estar mesmo apaixonado por ela. Estava? Ele não sabe. Mas depois disso ela deixou o namorado e só transava com ele, e ele retribuiu a mesma fidelidade embora não tenham combinado nada.
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Ganhei este presente da minha amiga Sol Barreto, do blog
Caminhos e Descaminhos. Um blog leve e empolgante.
O premio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e o reconhecimento por um trabalho que agregue calor à web.
É um selo trocado entre blogs amigos. Eis as regras:
- Exibir a imagem do Selo no blog.
- Exibir o link do blog que o indicou.
- Presentear 10, 15 ou 30 blogs e avisá-los.
Portanto, estão aqui os blogs que indico:
De tudo fica um pouco
Batom e Poesias
Eduardo da Amazônia
Crônicas do Cotidiano
Com a Palavra
Arte para subsistência
Rasuras
Meu Reino
Meus Devaneios
Sussurros Íntimos