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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Galos, Noites e Quintais - Aventura 1

NO TEU SEIO, Ó LIBERDADE!


Nos anos setenta, Belchior versava a extinção de galos, noites e quintais dos centros urbanos. Mas no bairro da Guanabara, no Município de Ananindeua, esses versos melancólicos do cearense não faziam o menor sentido no fim da década de oitenta. Na região que hoje é o limite de Belém, e não mais área de Ananindeua, graças aos olhos grandes do então Prefeito Helio Gueiros sobre os impostos do shopping, vivi intensamente tudo o que galos, noites e quintais podem oferecer para as aventuras de uma criança.

Foi pra esse bairro que minha família se mudou fugindo dos igapós da Sacramenta, área que hoje está completamente revitalizada graças ao projeto da Macro-drenagem. Naquela época, há vinte anos atrás mais ou menos, as chuvas eram sinônimo de alagamento, cobras passeando pelas casas, móveis suspensos às pressas, etc.. Isso sem contar os mergulhos acidentais que as crianças faziam nos igapós quando uma tábua das palafitas quebrava de podre sob pés inocentes, ou mesmo quando as pestinhas se desequilibravam e caíam, como foi o meu caso algumas vezes (Acode o moleque!).

Nos mudamos para a Guanabara graças a generosidade de um tio meu que possuía um terreno nesse bairro, e como o terreno era bastante grande – de fundo a fundo - poderia repartir com o irmão pedreiro que era casado com uma Secretária do Lar – é chique como chama empregadas domésticas hoje em dia né? Minha mãe relutou antes de aceitar a oferta tentadora de um terreno num lugar seco, pois a casa que ela tinha podia ser de madeira, em cima da ponte, mas era dela, foi comprada por ela e meu pai depois de muito suor, por isso tinha receiro de se mudar e depois algum herdeiro ganancioso vir querer tomar a casa. Mas meu tio, reconhecidamente um dos mais parlamentares da família, conseguiu ser convincente. Papai construiu a casa em menos de um mês. Nos mudamos para a Guanabara.

Guanabara era considerada pelos meus familiares que viviam e vivem quase todos na Sacramenta, um lugar muito distante. Manifestavam essa preocupação não pela distancia geográfica em si, mas porque naquela época não tinha nada pra cá. A cidade de Belém acabava no entroncamento, e pra Ananindeua nem muito coletivo havia. Lojas grandes então, nem pensar. Não havia nem sonho de Shopping Center, e a Guanabara, assim como muitos bairros de Ananindeua pareciam interior mesmo. Com muito mato, casas simples, e totalmente dependentes do centro de Belém para ter acesso a serviços como hospitais, escolas de qualidade, etc. Hoje há casas próximas a minha que são vendidas até por R$ 140.000,00.

Belém estava em processo de expansão demográfica, apesar da crise econômica que o Brasil vivia na década de oitenta. Em pleno engodo do Plano Cruzado e as conseqüências econômicas da agiotagem internacional corroendo o Brasil - graças a abertura de bunda que os militares fizeram quando bagunçaram o Brasil por "medo" dos comunistas - muitos interioranos do Pará, ou pessoas do interior do Ceará e do Maranhão, se mudaram para área aonde fomos, assim como ocorria em quase toda Ananindeua e Marituba, e hoje acontece com maior freqüência em Benevides. Terras baratas, nem tão longe assim da cidade, pessoas sedentas por empregos que não existiam no campo, ocupações apadrinhadas pelo populismo de Jader, e bingo! Crescimento urbano desordenado no melhor estilo América Latina.

Mudança triste a nossa. Meu irmão, que já tinha nove anos na ocasião, possuía já seu melhor amigo e tantos outros coleguinhas, e minha mãe era uma reconhecida líder comunitária. No natal, era ela o braço direito da Ir. Ester para arrecadar brinquedos para a criançada, e foi ela a escolhida pela comunidade para reunir com o então Governador Jader Barbalho e pedir água encanada pra comunidade. Semanas depois a COSANPA instalaria a tubulação. Viva a D. Fátima! Quando fomos embora, deixamos um buraco que fica em toda comunidade unida, como era o caso da nossa.

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Quando eu sentei frente a frente com Helder Barbalho, pra uma articulação da Associação dos Moradores a qual presidi, eu lembrei do episódio de minha mãe com Jader Pai. Coincidência ou Hereditariedade? Não sei, mas sei que era filho e filho em papeis semelhantes aos vividos pelos pais décadas antes.

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Já na nossa nova morada seca, em casa de alvenaria, meus dois irmãos e eu passávamos a vida divididos entre ir à escola e brincar em casa. Quase não saíamos para a rua, com exceção do meu irmão mais velho, a nova sensação das meninas no bairo novo. Minha irmã, um ano mais velha que eu, convivia comigo no ambiente caseiro, reparados por “ajudantes” – eufemismo para empregada que ajuda famílias menos pobres que as suas em troca de roupa, almoço, janta e lugar pra dormir. Íamos pra rua muito esporadicamente logo no início.

Aliás, essa história de ter meninas reparando a gente era formidável pra mim. Vez ou outra havia uma pedófila que me agarrava. Se hoje em dia tem gente que me considera tarado, culpem essas deliciosas ajudantes que exploraram minha sexualidade precocemente – firme! Uma delas, Al, morava na outra rua, e como era da confiança da mamãe, abriu as portas para a fase mais feliz de minha vida, com a galerinha. Aventuras que contarei em outro momento. Antes, há uma outra porta que Al me ajudou a abrir que quero partilhar.

Al era mais uma das meninas que ficaram apaixonadas pelo meu irmão-carne-nova. Ela era baixinha, sem muita bunda, mas tinha sorriso farto. Com um olhar muito bonito, seus olhos castanhos claros manifestavam bem o misto de cinismo e espirituosidade que lhe eram abundantes. Todo mundo em casa adorava a Al. Eu adorava os seios da Al.

Certa feita, D. Fátima precisou pagar a luz. Eu estava dormindo no tatame dela e do papai. Vez ou outra eu corria pra lá, quando me dava medo ou quando tava meio dodói, caso que certamente era este - frescura normal para um menino de sete anos. Papai já tinha saído pra trabalhar, então mamãe pediu pra Al deitar ao meu lado, pra eu não ficar sozinho (que meigo). Al deitou. Achei estranho, porque assim que terminou de ouvir as instruções recorrentes que mamãe dava antes de sair de casa, ela deitou, fechou os olhos e supostamente dormiu imediatamente.

- Ninguém pega no sono tão rápido, logo pensei.

Aí, envolto pelo instinto mais primitivo da libido humana eu comecei a admirar aqueles seios fartos e maravilhosos. Eu jamais tinha visto o que estava com vontade de fazer, nem em filmes ou revistas, mas me bateu uma vontade louca de acariciar aqueles seios. E assim o fiz, enquanto sentia um calor que incendiava o meu peito e uma sensação gostosa que fazia meu pênis ficar ereto, como jamais havia reparado que ele podia ficar. Depois de algum tempo acariciando os seios, eu senti vontade de beijar aquele volume que minhas mãozinhas quase não davam conta de apalpar. Eu levantei sua blusa, e olhei de novo pro rosto dela pra ver se ela se mexia. Levantei com mais força, algo que acordaria qualquer pessoa que não fingisse estar dormindo. Parece que ela fechou mais ainda os olhos. E eu, munido de algo que só depois eu saberia que responde pelo nome de tesão, continuei.

Quando terminei de levantar a sua blusa, eu reparei pela primeira vez o quanto um sutiã nasceu para os seios da mesma forma como os motéis nasceram para as amantes. Aquela combinação perfeita não demoraria muito ante meus olhos, entretanto. Eu não estava afim de reparar em moda, mas sim de beijar aqueles peitos. Quando eu finalmente os vi desnudos, eu comecei a beijar um pelas bordas, enquanto acariciava o outro com minhas mãos. Os seios fartos de al ficavam perfeitos a mostra, porque apesar de serem bem grandes, desproporcionais ao seu corpo, quando ela deitava com o tórax voltado pra cima eles meio que se ajeitavam, e o que era suculento, ficava completamente irresistível.

Fui beijando até chegar ao bico, quando vi a Al se mexer pela primeira vez – uma contorcida muito sensual, inclusive. Então, tudo o que conseguia fazer ali era chupar, chupar, beijar o seio todo, lamber da borda ao bico e chupar e acariciar - eu deixaria Freud orgulhoso - até que quando percebi, estava em cima de Al, roçando meu pênis sob a cueca na vagina dela sob o short de lycra, naquele volume gostoso em forma de capus de fusca que tempos depois ela mesma me apresentaria pelo nome buceta. No auge dos movimentos eu quis tê-la de costas (?!), mas ela não permitiu. Ainda com os olhos fechados dissimulou muito bem uma dorminhoca que não quer mudar de posição. Eu, que já estava muito bem daquele jeito, obrigado, continuei até a hora que meus irmãos acordaram.

Quando a mana entrou no quarto, Al disse:

- *Égua, que horas são? Eu tava dormindo até agora.

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Essa história me lembra a casa de um primo de um amigo meu. Lá um pai tinha dois filhos adolescentes e a esposa reclamosa – sempre elas – pegou uma menina do interior pra ajudá-la com as coisas. Um dos garotos , naturalmente, começou a comer a moça. Mas ela sempre exigia que fosse NAQUELE horário. Uma vez, ele puto da vida, e morrendo de tesão, não agüentou e foi antes da hora. Pegou seu irmão só de cueca indo pro quarto dela tanbém. Antes dos dois se espantarem o suficiente, foram repreendidos pelo pai.

- O que vocês estão fazendo aqui só de cueca? Perguntou o pai indignado.
- E o que o senhor fazia no quarto dela aí pai? Responderam com outra pergunta os filhos, a essa altura lamentando por não esperarem religiosamente a hora marcada por ela.

Quando a ajudante saiu do quarto com uma cara de decepção, a menina constatou que sua gula já fora descoberta. Mas nessa confusão, a mãeconseguiu perceber as coisas no ar, como as mães sempre percebem – ainda que atrasadas às vezes. Mordida, mandou sua ajudante de volta pro interior já ao amanhecer.

Escrevo isso por lamentar que minha mãe nunca arrumara uma ajudante que gostasse tanto de trabalhar.

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Esta minha história com Al não terminou muito bem, infelizmente. Algum tempo depois, quando entrei naquela fase que alguns moleques entram de ficar contando vantagem, eu contava pra todo mundo que tinha comido a Al de tudo quanto foi posição. Contei pra Luciana, que era mais fofoqueira que eu (me fudi). Luciana, munida da competição natural feminina, foi perguntar pra Al se era verdade. Al me procurou na frente da Luciana. Fiquei tão traumatizado com a prensa, que só consegui lembrar agora dessa história.

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Na próxima postagem de Galos Noites e quintais apresentarei uma aventura da galera. E continuarão vendo que a vida na periferia é difícil, mas também é muuuuuuito divertida.
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* "Égua" é uma interjeição típica do povo do norte paraense.

- Al não era exatamente uma pedófila porque tinha só sete anos a mais que eu.

- A canção "Galos Noites e Quintais" interpretada por Jair Rodrigues, que inspirou esta postagem-novela, você pode baixar aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

desculpa se te chamei de tarado agora entendo pq vc é assim!
vai ver é trauma!
shuashuashuashuashuashua
tarado =D

kelly

[Ananda] disse...

o.O
é talvez..^^pervetido,nossa no meu tempo de infância as coisas eram mais tranquilas.